Quando eu era menino, todas as semanas, havia um mágico encontro na casa do Jorge Medauar, em São Paulo. Lá, conheci um sem número de pessoas. Dona Odete preparava as mais deliciosas iguarias, como obra de arte. E a noite era definitivamente vencida, mergulhando, todos, nos desígnios traçados por Camões, Machado de Assis, Kant, Debussy, James Joyce, Guimarães Rosa, Villa-Lobos, Gershwin, Kennedy, Orlando Silva, Marx e Churchill, Suméria, Egito, Japão, Sócrates, Cage e Bashô. Todas as almas estavam mais que vivas. Vibrantes. Eles todos éramos nós. Até que, impiedosamente, o céu manchava de luz os nossos copos, pratos, livros e mais livros, quadros, e lembrávamos que, infelizmente, chegava a hora de ir para casa. Cerca de trinta anos já passaram. O Jorge me ensinou a escrever, a pensar, penetrar pelas labirínticas sendas de um vinho honesto e saber trilhar a estranha e misteriosa textura guardada pelos gregos, como um bom livro, e a ler, ouvir, olhar e ver, respirar. Economia e estética. Aqui, significa dizer reafirmando, vezes sem fim, o carinho e o amor a um querido e genial irmão. Jorge Medauar é mais que poeta, escritor, comunicador, filósofo iluminado.
Emanuel Dimas de Melo Pimenta, 2002
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